Miúda Mobília

Uma marca que acredita que o mobiliário infantil deve ser um exercício de design com pesquisa e criatividade tão apuradas quanto o mobiliário adulto. E que essa pesquisa deve passar por um mergulho na cultura popular, nas paisagens e no mobiliário brasileiro.
Esse é o conceito da Miúda Mobília, marca das sergipanas Andrea Dutra e Joana do Vale Dourado. A ideia de tratar o mobiliário infantil com a mesma seriedade do resto da casa não resulta em móveis sem graça nem adultos demais – ao contrário. O lúdico está presente em todas as peças, de maneira poética e nada óbvia. O resultado são móveis pensados para crianças, que fazem sentido em outros ambientes da casa também.
O diferencial da dupla é reforçar que o design autoral e com referências regionais, fruto da formação de Joana e Andrea, entre Sergipe e Minas Gerais, somado a uma apurada pesquisa sobre a história da casa brasileira pode e deve fazer parte da criação do mobiliário infantil. A Miúda Mobília honra a tradição da marcenaria nacional com uma interpretação lúdica e atual.
“Nós tratamos o quarto infantil como um tema importante do design. Quando iniciamos uma coleção, olhamos para referências de mobiliário que não se limitam aos móveis feitos para crianças. Ao mesmo tempo, nos inspiramos no repertório de memórias que colecionamos em nossa infância entre Sergipe e Minas, que se desdobraram para uma pesquisa mais ampla sobre as formas de habitar a casa brasileira”, explica Joana.
Amigas de infância, as duas cresceram em Aracaju e foram fazer faculdade em Belo Horizonte – Joana estudou Arquitetura na UFMG, Andrea Design de produto na UEMG. A Miúda Mobília nasceu em 2015, quando Joana retornou ao Brasil depois de uma temporada morando em Portugal e havia acabado de se tornar mãe. Andrea estava grávida, e as duas perceberam que faltava no mercado uma marca de móveis infantis que trouxesse design autoral brasileiro, privilegiando o uso de materiais naturais e que contasse histórias.
Como bebe na fonte da movelaria autoral brasileira, a Miúda Mobília tem também um papel formativo. “O mobiliário modernista e a arte popular brasileira são nossas referências mais importantes. Acreditamos na importância de construir esse olhar para o Brasil desde a infância, para que a gente cresça valorizando nossas raízes culturais”, afirma Joana.
O uso preponderante de madeira e palha reforçam esse caráter educacional e de preservação da cultura brasileira. “Além da experiencia tátil tão importante na infância, a palinha e a madeira funcionam como um fundo neutro para receber as cores que uma criança traz ao ambiente, seja pelos brinquedos, seja pelos demais objetos da decoração”, diz Andrea. “Sobretudo hoje, com a predominância do digital, é urgente proporcionar às crianças uma vivência lúdica, com texturas, que conta histórias e permite que elas se apropriem do seu espaço”, completa Joana.